SP anuncia que monitoramento nas divisas irá aumentar na segunda
Segundo o governador, objetivo é evitar entrada de drogas e
armas.
Grande São Paulo teve madrugada violenta, com oito mortes.
O governo de São Paulo anunciou mais uma etapa do programa
de combate ao crime organizado. A partir de segunda-feira (17), o monitoramento
nas divisas vai ser intensificado para evitar que criminosos sejam abastecidos
com drogas e armamento.
Em visita ao interior do estado, o governador Geraldo
Alckmin disse que as polícias estadual e federal vão fazer operação especial
nas divisas do estado. “São 14 pontos estratégicos que foram levantados e esse
trabalho vai evitar a entrada de armas no estado e a entrada de drogas.”
O anúncio foi feito após mais um dia violento na região
metropolitana de São Paulo. Oito pessoas morreram entre a noite desta
sexta-feira (16) e a madrugada deste sábado. Apenas em um ataque, ocorrido em
Cidade Ademar, Zona Sul da capital, cinco pessoas morreram.
As mortes ocorreram ainda nas zonas Norte e Leste da capital
e em Embu das Artes. O número de mortes nesta madrugada é superior à média
diária de assassinatos no mesmo mês do ano passado (veja tabela).
No ataque de Cidade Ademar, um grupo de amigos conversava
Rua Sebastião Afonso, por volta da meia-noite, quando homens fizeram vários
disparos. Entre as vítimas estão os primos Alan Rodrigues da Costa, de 22 anos,
Vagner Pereira de Jesus, de 25, e Willian Adolfo de Carvalho, de 24. Eles
trabalhavam em um supermercado e estavam de folga quando foram atacados. Além
dos cinco mortos, outros dois foram baleados, mas sobreviveram.
Na Zona Norte, no bairro do Tucuruvi, um homem foi baleado
enquanto aguardava parentes em um posto de gasolina na Avenida Guapira, por
volta das 22h. A vítima foi levada ao Hospital São Luiz Gonzaga, onde morreu. O
caso foi registrado no 73º Distrito Policial.
No mesmo horário, na Zona Leste, o mecânico Renato Ribeiro
dos Santos Souza, de 21 anos, foi alvo de disparos em frente ao prédio em que
morava, na Rua Olho D’Água do Borges, em Cangaíba. De acordo com a polícia, o
criminoso passou na rua de moto e fez os disparos. A vítima foi levada ao
Hospital Ermelino Matarazzo, mas não resistiu. A polícia informou que Renato já
tinha sido preso por receptação de veículo roubado.
Em Embu das Artes, na Grande São Paulo, um suspeito de ter
praticado arrastão no Trecho Oeste do Rodoanel morreu em uma troca de tiros com
a polícia. Mais tarde, por volta do meio-dia deste sábado, um PM à paisana foi
morto a tiros em frente ao filho em um açougue em Guarulhos. Um suspeito também
morreu. O sargento Edir Almeida, de 42 anos, estava havia 16 na corporação. Sua
última função foi na Corregedoria. Com sua morte, já são 93 os policiais
assassinados no estado neste ano.
Ações
Polícia continua reforçando a segurança nos bairros mais
violentos da Grande São Paulo. E dois chefes da facção criminosa que age no
estado já foram transferidos para um presídio federal de Porto Velho, em
Rondônia.
O primeiro a ser transferido foi Antônio Cesário da Silva,
conhecido como Piauí, acusado de ser o chefe do tráfico na favela de
Paraisópolis, na Zona Sul, e também de ter ordenado a morte de policiais
militares.
Na sexta, foi a vez de Roberto Soriano, conhecido como Beto
Tiriça, ser levado a Rondônia. Soriano cumpria pena no regime disciplinar
diferenciado do presídio de Presidente Bernardes, no interior, onde já existe
um forte sistema de isolamento. Com essas transferências, as autoridades
esperam bloquear a comunicação entre os chefes da facção.
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